Formado em História pela USP e Sociologia pela UNICAMP, o Prof. Ricardo Maranhão dedica-se inicialmente ao movimento Sindical e à questão da eletricidade no Brasil, assuntos que o levaram ao mestrado, ao doutorado no Brasil e ao Pós-doutorado no Canadá.
No final da década de 90 do século passado volta seus estudos para a História e Cultura Gastronômica Brasileira; curioso, busca compreender como a cultura árabe vai agregar novos ingredientes e produções culinárias à cozinha brasileira, apresentando o livro: Árabes no Brasil: história e sabor(2009). Em seguida conta a trajetória do frango na história do mundo chegando até a mesa brasileira em O Frango - um banquete dos reis. História e Gastronomia (2011). Sua obra “Gente do Mar” (2014) vem de uma pesquisa feita no litoral brasileiro do Pará até o Rio Grande do Sul, sobre as comunidades pesqueiras em sua antiga arte de pescar. Já na obra “Pau-Brasil: a cor e o som” (2016) vai contar a história dessa madeira que dá nome ao nosso País, os usos para confecção de móveis, instrumentos musicais e colorir roupas; apresentando também as pessoas que ainda se dedicam ao cultivo e preservação dessa árvore.
Ricardo Maranhão era presença marcante e necessária em eventos, palestras, vídeos, e congressos cujo assunto girasse em torno da Antropologia e História da Cozinha Brasileira.
Riso fácil e largo, prezava uma boa mesa e era generoso na conversa. Como Sherazade em As Mil e Uma Noites, ele encantava-nos contando tantas histórias e “causos” da cozinha brasileira que ele conhecia tão bem quanto seus antecessores Câmara Cascudo, Gilberto Freire, Manuel Querino...
Guimarães Rosa dizia que o mundo é mágico e as pessoas não morrem, ficam encantadas. O encantamento de Maranhão se deu no dia sete de setembro de 2018 deixando como sortilégio um legado saboroso sobre a cozinha brasileira.